Tamanduá-mirim: o tamanduá de colete da América Latina
O tamanduá-mirim, também chamado tamanduá-de-colete (Tamandua tetradactyla), é um mamífero amplamente distribuído pela América Latina. Pode ser encontrado desde o leste dos Andes da Venezuela, ando pela Bolívia, Paraguai, e até o norte da Argentina e Uruguai. No Brasil, ocorre em todos os biomas — Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal e Pampa —, além de estar presente na ilha da Trindade.
O nome científico da espécie, Tamandua tetradactyla, combina palavras de duas origens: “Tamandua”, do tupi-guarani, que significa “comedor de formigas”, e “tetradactyla”, de origem grega, que significa “quatro dedos”, referindo-se às suas patas adaptadas para agarrar e cavar.
O tamanduá-mirim é adaptável e pode ser encontrado em diversos tipos de habitats, incluindo florestas densas, bordas de florestas, campos e até savanas. Embora compartilhe território com o tamanduá-bandeira – por serem arborícolas – prefere áreas de transição nas bordas das florestas, onde sua dieta de formigas e cupins é mais facilmente encontrada.
Reconhecido por sua coloração singular, o tamanduá-mirim exibe uma “vestimenta” natural: um padrão de pelagem que se assemelha a um colete preto, embora existam variações, com alguns indivíduos possuindo coloração totalmente preta ou marrom.
É, em geral, solitário e tem hábitos que podem ser tanto diurnos quanto noturnos, especialmente em áreas onde sofre perturbação humana. a até oito horas por dia ativo, buscando alimento ou se deslocando pelos galhos das árvores, onde emite pequenos grunhidos e sons que lembram os de um macaco-prego.
Esse animal se alimenta preferencialmente de formigas e cupins, com uma preferência especial pelas castas reprodutivas das formigas. Para descanso e abrigo, costuma utilizar buracos em troncos de árvores, mas também pode se instalar em tocas de outros animais, como o tatu-peba (Euphractus sexcinctus).
A espécie é classificada como “pouco preocupante” pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), graças à sua ampla distribuição. Ainda assim, a espécie enfrenta ameaças significativas, como perda de habitat causada por incêndios, conversão de terras para a agricultura, presença de espécies exóticas, desmatamento, expansão de estradas e caça.
Tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla) registrado em uma área conservada monitorada pela Apremavi. Crédito: Arquivo Apremavi.
Tamanduá-mirim
Nome científico: Tamandua tetradactyla.
Família: Myrmecophagidae.
Habitat: ambientes savânicos, manguezais, palmeirais, áreas pantanosas, mas principalmente florestas.
Alimentação: insetívoro.
Peso: varia entre 3,5 e 8,4 kg.
Comprimento: apresenta 47–77 cm de comprimento, cabeça e corpo, e possui uma cauda preênsil de 40–67 cm.
Hábito de vida: Pode ser noturno, diurno ou crepuscular, dependendo da disponibilidade de presas e da temperatura do ambiente.
Distribuição: América do Sul.
Ameaças: caça, perda de habitat e consequências da antropização do ambiente (causando mortes por atropelamentos, por exemplo).
Status de conservação: Não ameaçado (Pouco Preocupante) pela União Internacional de Conservação da Natureza (IUCN).
Fontes consultadas:
Bertassoni, A.; Catapani, M.L.; Desbiez, A.J.L.; Silva, K.F.M.; Miranda, G.H.B.; Belentani, S.C.S.; Leite, R.J.V.; Faria-Corrêa, M.A.; Miranda, F.R. 2023. Tamandua tetradactyla (Linnaeus, 1758). Sistema de Avaliação do Risco de Extinção da Biodiversidade – SALVE.
Miranda, F., Fallabrino, A., Arteaga, M., Tirira, D.G., Meritt, D.A. & Superina, M. 2014. Tamandua tetradactyla. The IUCN Red List of Threatened Species 2014: e.T21350A47442916. https://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2014-1.RLTS.T21350A47442916.en. Accessed on 08 November 2024.
Autora: Thamara Santos de Almeida.
Revisão: Vitor Lauro Zanelatto.
Foto de capa: Quartl/Wikimedia Commons.