Pau-cigarra, esplendorosamente amarelo
O Pau-cigarra (Senna multijuga) é uma espécie nativa, muito ornamental, também conhecida como Cigarreira, Caqueira, Aleluia e Cássia-verrugosa. Ocorre em quase todo o país, principalmente na Mata Atlântica.
Dois de seus nomes populares, “pau-cigarra” e “cigarreira”, fazem menção ao fato de ao final do verão, seu tronco normalmente encher-se de exúvias (cascas) de cigarras. Alguns dizem que a cigarra explode de tanto cantar, deixando a casca. Na verdade a casca vista é o esqueleto externo da fase larval das cigarras. A fase cantora é efêmera, durando dias, enquanto as larvas duram entre um a três anos, dependendo da espécie. A larva é sugadora, parasita de raízes de várias plantas.
Depois de muito sugar, a por um processo de muda, subindo pelo tronco da árvore parasitada, deixando apenas seu exoesqueleto ou exúvia, “virando” uma cigarra voadora, cantora e reprodutora, que também suga seiva das árvores hospedeiras. Após a reprodução ela morre, seus ovos eclodem no solo ou no tronco, indo de novo sugar a seiva das raízes, durante um longo período¹. O tatu, sabendo disso, consegue identificar e cavar as suas raízes em busca destes insetos. Em Minas Gerais, as folhas, as flores e os frutos são fontes de alimento para o muriqui (Brachyteles arachnoides).
O Pau-cigarra, bem como outras cássias, são muito apreciadas pelas cigarras. A morte sem sinal aparente dessas árvores é muito comum, em virtude da sucção contínua da seiva das raízes por larvas em grande quantidade, e até mesmo adultos, de cigarras¹.
É uma planta que perde suas folhas no inverno (decídua), precisa de muita luz para seu desenvolvimento e se adapta bem a diversos tipos de solos. Como é uma planta heliófita (que precisa de luz) e pioneira, é muito útil em projetos de restauração de áreas degradadas e matas ciliares. Para a arborização urbana é também muito empregada, pois é extremamente ornamental florescendo por longo período (dezembro-abril). Além dessa característica, possui pequeno porte e forma estreita da copa, é particularmente indicada para a arborização de ruas estreitas sob redes elétricas.
A árvore tem de 6 a 10m de altura, com tronco de 30 a 40 cm de diâmetro. A madeira é leve, mole e de baixa durabilidade quando exposta as intempéries. Pode ser empregada para caixotaria leve, confecção de brinquedos e lenha.
Nessa época encontram-se vários exemplares de Pau-cigarra floridos no Viveiro Jardim das Florestas, assim como nas propriedades que ficam na Estrada Geral Alto Dona Luiza, que dá o à Apremavi. É uma ótima dica de eio para quem gosta da natureza.

Muda de pau-cigarra. Foto: Acervo Apremavi.
Pau-cigarra
Nome cientifico: Senna multijuga (Rich.) H.S. Irwin & Barneby
Nomes populares: Cigarreira, pau-cigarra, caquera, aleluia, canafístula
Família: Leguminosae-Caesalpinioideae
Utilização: madeira utilizada para a fabricação de caixas e lenha. Espécie indicada para paisagismo urbano
Coleta de sementes: diretamente da árvore quando começar a abertura espontânea dos frutos
Época de coleta de sementes: maio a julho
Fruto: legume marrom (vagem), seco, contendo várias sementes por vagem
Flor: amarela
Crescimento da muda: rápido
Germinação: normal
Plantio: mata ciliar, área aberta, solo degradado
Fontes Consultadas
PAU CIGARRA. Disponível em: http://www.cotianet.com.br/jornalatuante/mat036.htm. Data de o: 10 mar de 2009.
CANAFÍSTULA. Disponível em: http://naturezadivina.org/comunidade/?q=canaf-stula-0. Data de o: 17 mar 2009.
LORENZI, H. Senna multijuga (Rich) In: LORENZI, H. Árvores brasileiras: um manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil, vol. 1, 3 ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2000.
PROCHNOW, M (org). No Jardim das Florestas. Rio do Sul: APREMAVI, 2007. 188p.